Fases do desenvolvimento embrionário humano parte 1.
Sabe aquele bebezinho? fofinho, nasce pronto! Mas para que isso ocorra diversas transformações ocorrem para que ele tenha o formato humano.
Vamos lá conhecer como se forma um embrião humano??
Fecundação 1° e 2° semana do do desenvolvimento embrionário!
A fecundação (fertilização) marca o início da 1° semana do
desenvolvimento humano. Forma o zigoto, junção do espermatozóide e do
ovócito. O zigoto vai viajar até o útero para o início da nova vida. A clivagem
(divisão) do zigoto e formação do blastocisto acontece 30 horas após a
fertilização, formando o blastômero. A zona pelúcida (é uma grossa camada glicoprotéica que envolve o
óvulo e confere aos gametas femininos uma alta especificidade. Ela funciona
como barreira, permitindo que apenas espermatozoides da mesma espécie tenham
acesso ao óvulo, e é responsável por impedir a polispermia, para que
espermatozoides adicionais não penetrem no óvulo) segue
envolvendo o zigoto e conforme os blastômeros seguem em divisão têm o seu
tamanho reduzido e viajam até o útero onde ocorrerá a sua implantação.
Os blastômeros vão se unindo e
quando já foram formados de 12 a 32 blastômeros, o embrião passa a ser chamado
de Mórula. A mórula viaja a cavidade uterina, cerca de 3 a 4 dias após a
fertilização. A zona pelúcida passa a ser digerida por enzimas, um fluído
secretado pela tuba uterina, formando uma cavidade entre os blastômeros,
conhecida por blastocele, que separa as células em 2 grupos: trofoblastos
(células mais periféricas) formarão a parte embrionária da placenta e o
embrioblasto (massa celular interna) que dará origem ao embrião.
Nesta fase o novo ser recebe o
nome de blastocisto que aumenta de tamanho rapidamente e flutua na cavidade
uterina até chegar no útero. Após 6 dias da fecundação, o blastocisto é aderido
ao epitélio endometrial (implantação).
O trofoblasto começa a proliferar
diferenciando-se em duas camadas: o citotrofoblasto (camada interna de células)
e o sinciotrofoblasto (camada externa de células). Na 1° semana da implantação do blastocisto na
camada superior do útero ainda é superficial, mas já é possível a nutrição
através dos tecidos maternos.
O sinciotrofloblasto atinge glândulas
e vasos sanguíneos. Produz enzimas que possibilitam ao blastocisto se implantar
no endométrio uterino. A implantação completa ocorre durante a segunda semana,
junto com a formação de outras estruturas embrionárias.
Durante o processo de implantação do
blastocisto, ele passa por mudanças que alteram o embrioblasto, ocasionando a formação
do disco embrionário, em forma de placa achatada e circular, composta por 2
camadas bilaminares de células (epiblasto) mais espessa e o (hipoblasto) mais
fina. O disco embrionário é o responsável por formação de tecidos e órgãos do
ser que está sendo formado.
As células do epiblasto formam o assoalho
da cavidade amniótica, revestida por uma membrana, o âmnio. Dentro desta
cavidade encontramos o líquido amniótico (responsável pela proteção do embrião
contra: choques mecânicos, doenças e desidratação). A alimentação materna
influencia no líquido amniótico, é importante ingerir 2 litros de água. Um
nutriente importante na gestação é o ácido fólico na medida de 800 mcg
(microgramas) por dia. Para prevenção de má formação do sistema nervoso do concepto.
Já as células do epiblasto formam o teto
da cavidade exocelômica, que em conjunto com a membrana exocelômica, originam o
saco vitelino primário. Ainda na 2° semana de gestação o disco embrionário se
interpõe entre a cavidade amniótica e o saco vitelino primário. Células do
endoderma do saco vitelino formam a camada de tecido conjuntivo frouxo
(mesoderma embrionário), que envolve o âmnio e saco vitelino. Em alguns
espaços aparecem no sinciotrofloblasto e rapidamente são preenchidos por uma
mistura de sangue materno, que irá nutrir o embrião.
No 10° dia o embrião, já está
completamente implantado no endométrio uterino. Por volta do 12° dia, os
espaços do sinciotrofloblasto adjacentes se unem para formar as redes
lacunares, o mesoderma extraembrionário sofre um aumento e em consequência
surgem espaços que se fundem formando uma cavidade grande conhecida como
celoma. Esta nova cavidade é composta por líquido e envolve o âmnio e o saco vitelino
e conforme, cresce o saco vitelino tem seu tamanho reduzido, formando o saco
vitelino secundário (ausência de vitelo).
O disco embrionário forma o embrião com
seus folhetos primitivos e os outros componentes são os anexos embrionários (saco
vitelino, cavidade amniótica, saco coriônico).
O sinciotrofloblasto, além de permitir a implantação do blastocisto,
secreta o hormônio hcg, que mantém a atividade do ovário durante a gestação, e
serve como base para os testes de gravidez.
Ao final da 2° semana de gestação surgem
vilosidades coriônicas primárias da placenta, formadas a partir da proliferação
de células do sinciotrofloblasto e do citotrofloblasto. E o mesoderma
extraembrionário é dividido pelo celoma extraembrionário em 2 camadas: mesoderma
somático extraembrionário, lâmina que reveste o âmnio e o trofloblasto e o
mesoderma esplâncnico embrionário (lâmina que envolve o saco vitelino.
Outra estrutura que aparece ao final desta
semana, o córion composto pelo mesoderma somático extraembrionário e as duas
camadas do trofloblasto. O Córion forma o saco gestacional, cuja função é
transportar oxigênio e nutrientes ao embrião. Os anexos embrionários (saco
vitelino e saco amniótico), junto com o embrião ficam suspensos no saco gestacional
por um pedúnculo de conexão (futuro cordão umbilical).
Algumas células do hipoblasto se modificam
em uma determinada região do disco embrionário e formam a placa precordial.
Esta placa marca o local onde será originada a boca, na região da cabeça.
Assim, caracterizamos os principais eventos que ocorrem durante a 2° semana
deste novo ser.
3° A 8° SEMANA DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO
A 3° semana de desenvolvimento inicia-se
com o disco embrionário composta pela cavidade amniótica e a cavidade exocelômica
dentro da cavidade coriônica, gerados durante a 2° semana do desenvolvimento. O
novo ser ainda chamado de blastocisto, já foi totalmente implantado no
endométrio e esta semana é marcada pelo surgimento da linha primitiva, que
indica o início da gastrulação, o desenvolvimento da notocorda (eixo de
sustentação do corpo) e o embrião até então composto pelo disco bilaminar,
passará a ser trilaminar. Com as 3 camadas germinativas que darão origem aos
órgãos e tecidos. A 3° semana é marcada pela ausência de menstruação (aprox. 5
semanas após a 1° e o último dia do ciclo menstrual).
A gastrulação é iniciada com a formação d alinha primitiva, que se dá pelo espessamento das células do epiblasto na extremidade caudal do embrião. A outra extremidade é a cefálica, se caracteriza pela formação do nó primitivo.
As células proliferam e seguem em direção
a região central, formando o sulco primitivo, que se estende até o nó primitivo
(acúmulo de células). E formam a fosseta primitiva. Com a formação da linha
primitiva já é possível verificar uma simetria no embrião, com os lados
direitos e esquerdo e as extremidades caudal e cefálica.
As células da linha primitiva migram através do sulco primitivo e formam o mesoderma intraembrionário, que se interpõe entre as duas camadas de células bilaminares durante a segunda fase do desenvolvimento. Ele se torna trilaminar ou triblástico com as 3 camadas germinativas e cada uma dará origem a tecidos e órgãos específicos. Ectoderma (epiblasto), endoderma (se origina do hipoblasto), mesoderma (linha primitiva). Neste estágio o novo ser é formado de gástrula.
As células mesenquimais migram da
extremidade cefálica e da fosseta primitiva formando o processo notocordal. Um
tubo é adquirido por este processo, se torna o canal notocordal, que ao crescer
acaba encontrando a placa precordal. A placa precordal é composta por células
endodérmicas aderidas a ectoderma, e quando essas duas camadas se fundem formam
a região onde será a futura boca, a membrana bucofaríngea. Na extremidade
caudal da linha primitiva, a região circular do disco bilaminar é o local onde
será o futuro ânus, a membrana cloacal.
O assoalho do processo notocordal junto com as células do endoderma se unem e se degeneram, liberando células notocordais a partir da extremidade cefálica a notocorda. A notocorda em formato de bastão celular, define o eixo do embrião, servindo de base para o desenvolvimento do esqueleto axial (coluna vertebral). O antalóide é um anexo embrionário que aparece por volta 16° dia no saco vitelino. Forma uma linha que se estende da bexiga urinária até a região umbilical. Sua função é eliminação de excrementos e formação de vasos sanguíneos da placenta.
O mesoderma embrionário durante a formação
do tubo neural e da notocorda se dividem em mesoderma paraxial, intermediário e
lateral. Ao final da 3° semana, o mesoderma paraxial se diferencia, formando os
somitos, que permanecerão se desenvolvendo e irão dar origem a uma grande parte
do esqueleto axial e dos músculos além da derme.
Já o mesoderma lateral junto do mesoderma
cardiogênico (que forma o coração), apresenta espaços celômicos, que se unem para
formar o celoma (cavidade revestida por mesoderma que irá alojar os órgãos). O
celoma divide o mesoderma lateral em outras duas camadas, a camada parietal (ou
somática a somatopleura), que se estende ao mesoderma extraembrionário, cobrindo
o âmnio, e a camada visceral que cobre o saco vitelino. A parede do corpo do
embrião é formada pela somatopleura e o ectoderma sobrejacente a parede do
intestino do embrião é formada pela esplancnopleura e pelo endoderma embrionário.
A nutrição do embrião ocorre através do
sangue materno por difusão através do córion do celoma extraembrionário e do
saco vitelino, formados no final da segunda semana do desenvolvimento.
O início da 3° semana marcado pela formação dos vasos sanguíneos é a formação do sistema cardíaco primitivo. Necessário para transportar nutrientes e oxigênio da mãe para o feto através do córion. O primórdio do coração também é formado nesta etapa, a partir de células mesenquimais, assim ao final da 3° semana já é possível detectar os batimentos cardíacos do embrião. Por volta da 6° semana que se torna perceptível os batimentos. Na 4° semana marcada pelo dobramento do embrião, ou seja, da forma laminar para tubular. A partir dos dobramentos cefálico e caudal, estas estruturas são arrastadas para a região ventral e o embrião forma a prega cefálica caudal. Neste processo o embrião passar a ser todo envolvido pela cavidade amniótica e são formados o intestino anterior, médio e posterior. O intestino médio é o único que mantém uma comunicação com o saco vitelino, e a antalóide é parcialmente incorporada.
O pedículo de conexão assume a posição ventro medial (cordão umbilical) e o saco vitelino tem seu tamanho reduzido. A placenta estrutura responsável pela troca de nutrientes, gases, secreções entre a mãe e feto através da circulação sanguínea já está mais desenvolvida e pronta para desenvolver a gestação.
o dobramento lateral é resultado do crescimento dos somitos e medula espinhal. Parte do saco vitelino é incorporada ao intestino médio, formando o intestino primitivo.
Dobramentos do embrião: cefálico, caudal e lateral.
Fonte da imagem: Fonte: Moore et al. (2016, p. 49).Continua.........
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